António Manuel Ribeiro, Arturo Reguera, Carlos Martins, Francisco Fanhais, José Mário Branco e Rui Vieira Nery estiveram, ontem, em Grândola para a apresentação do CD- livreto «Grândola, Vila Morena — Para Sempre, José Afonso». Os convidados do Município de Grândola partilharam ao longo de duas horas, com o público que lotou o Cineteatro, histórias e vivências com o Músico e Poeta que ligou, para sempre, o nome de Grândola aos ideais de liberdade, democracia e solidariedade.
O CD-livreto, edição do Município de Grândola, agrega conteúdo documental, de textos e imagens, dedicado à canção «Grândola Vila Morena» e ao seu autor, bem como um CD áudio que, para além das versões originais de José Afonso, em «Cantigas do Maio» e no concerto de 1972 na Galiza, conta com versões de artistas de vários países e de artistas locais.
Durante a sua intervenção António Figueira Mendes, Presidente da Câmara de Grândola, revelou que “há muito que o Município a que preside queria ter a possibilidade de disponibilizar a versão original do “Grândola, Vila Morena”, que é, de facto, um hino do nosso concelho e que se tornou num símbolo mundial de resistência e combate à opressão e à tirania. Com este CD-Livro, que hoje apresentamos publicamente, o município quer prestar, em primeiro lugar, um novo e justo tributo a José Afonso, figura maior da vida cultural e social do nosso país e a quem Grândola tanto deve, por ter contribuído para ligar o nome da nossa terra aos ideais de liberdade, democracia e fraternidade que o 25 de abril consigo transportou”. António Figueira Mendes afirmou ainda que “Com este Cd-livro, o município de Grândola quer manifestar claramente o seu desejo de integrar um movimento muito amplo de entidades e pessoas de todas as áreas da vida nacional que exigem a recuperação e a reedição integral da obra de José Afonso e que consideram vergonhosa a atual situação em que se encontra a obra do autor de “Grândola, Vila Morena”. Devemos fazê-lo em nome dos valores que nortearam a vida e a obra de José Afonso. Devemos fazê-lo em nome da nossa identidade cultural e da necessária valorização do património relevante do cancioneiro nacional, de que José Afonso é uma das figuras maiores. Mas é um dever nosso, ainda, porque não é possível entender o progresso económico e o bem-estar social sem o reforço constante dos valores culturais e de civilização que nos tornam humanos.”
No final da sessão de apresentação, Francisco Fanhais, os UHF, um Ensemble de sopros e percussão da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense e o Grupo Coral Etnográfico Vila Morena interpretaram algumas versões do CD e outras músicas.
O 1º Encontro da Canção de Protesto contou ainda com o concerto de Allen Hallowen, cantautor com um estilo único no panorama musical português, o concerto Luso-Russo “A Música e a Revolução” com o barítono Alexandr Jerebtzov, o baixo João Miranda e o pianista Duncan Fox e com exposições de pintura de Fátima Madruga, “Pequeno é Bonito – O país de Zeca Afonso” e “Pequeno é Bonito — Exposição Andarilha” .
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